terça-feira, 29 de novembro de 2011

La Madre Cósmica


Devemos considerar Deus somente como um espírito impessoal, desprovido de toda forma e sexo? Não podemos invocar o Criador concebendo-O sob um aspecto mais familiar para a mente humana? Nesse caso, como deveríamos chamá-lo, “Pai” ou “Mãe”?
Na verdade, Deus é um e outro: Pai e Mãe. 
Uma porção do Seu Ser permanece sempre oculta, mas, além do espaço e do universo, ali onde existe apenas sabedoria pura, está o aspecto de Deus enquanto Pai. 
A natureza inteira, em compensação, é uma manifestação de Deus no aspecto Mãe, pródiga em beleza, doçura, bondade e ternura. 
As flores, as aves, as árvores, os rios, todos falam, em sua formosura, do espírito criador e artístico do Senhor em Seu aspecto maternal. 
Não podemos evitar um sorriso ao pensar na mãe, com sua Via - Láctea cheia de diamantes estelares, suas flores perfumadas, o riso de suas águas correntes e sua beleza manifestada na criação inteira. Quando contemplamos a fecundidade da terra, o crescimento das plantas e dos seres, o amor de todas as criaturas por seus pequeninos, uma profunda ternura surge em nosso interior: vemos e sentimos nisso tudo o instinto maternal de Deus. 
E se, em algumas ocasiões, a conduta da natureza se torna cruel e inexplicável para nós (na Índia dá-se o nome de Kali à Mãe quando se apresenta sob esse aspecto), assim também podem parecer à criança algumas das medidas disciplinares e protetoras de sua mãe.  Quando nos sentamos em um bosque sombreado e silencioso; quando, no cume de uma montanha, nos aproximamos do azul do céu; quando olhamos a areia branca, perto de um mar resplandecente, não podemos deixar de experimentar certa ternura em nosso interior: é essa a nossa reação diante do aspecto maternal de Deus.
(Paramahansa Yogananda)

Nenhum comentário:

Postar um comentário