terça-feira, 17 de julho de 2012

Cartas de amor para mim mesmo


XVII. Eu não me preocupo. Eu não vivo o passado. Eu não vivo o futuro. Eu vivo o momento

Em relação às preocupações, nós sempre somos preocupados com tudo, com o que poderia acontecer se ficássemos sem dinheiro, com o emprego, com a família ou os amigos, com as nossas relações sentimentais, mas o que é isso, qual é a verdade da preocupação?
A preocupação só existe porque o ego não nos deixa viver neste momento e aceitar tudo o que é neste momento e porque o ego tem medos e carências, porque é assim que ele nos faz viver, para que nos possa dominar e usar à sua vontade a nossa mente, o nosso coração e o nosso corpo, e, desta forma subsistir, sobreviver e manter-se vivo.
Ele quer estar em comando e conosco mesmos ocupados na preocupação e com medo, subjugados à preocupação, e pensando no que pode acontecer, então não pensamos nele nem em como ele nos está a utilizar porque estamos ocupados preocupando-nos.
E pensamos sempre que tudo isto é que é o nosso verdadeiro mundo e a nossa verdadeira realidade.
Essa é a ilusão egóica.
Essa preocupação com algo que ainda não aconteceu é uma das coisas que sempre nos perturba e afeta a nossa paz de espírito.
E depois há todos os filmes mentais desenvolvidos pelo ego para reforçar essa preocupação, ele faz-nos pensar nas coisas mais impossíveis de acontecer e sentir as coisas mais impossíveis de sentir, porque o futuro é incerto, porque ainda não aconteceu, e só quando acontecer, só quando nós estivermos nesse momento, é que saberemos lidar com essa situação.
Antes, como saberemos lidar com a situação?
Só o medo e a carência podem explicar como nós nos preocupamos e como o ego nos faz ter pensamentos que não existem.
Ele precisa viver no medo para se manter vivo, porque sem medo é uma entidade morta.
Ele alimenta-se do medo.
Podemos mesmo dizer que o futuro não existe, porque quando vier a acontecer será um momento, Esse momento, e não um futuro, isso é uma ilusão do ego preocupado, medroso e carente.
Nós não somos assim, a nossa verdadeira natureza e realidade não é assim.
Isso é algo que nós inventamos para nós mesmos, quando nos identificamos com a nossa forma física, com o nosso corpo.
Algumas das pessoas que surgem na nossa vida e às quais nos apegamos, são pessoas que nós adquirimos para nós mesmos para suprir a falta e a carência que o ego nos fez pensar que temos.
Nós já somos completos.
E tudo em nós já é perfeito quando pensamos, vemos, sentimos e agimos com a mente de Deus, que somos nós mesmos.
Sofremos até chegarmos à conclusão de que não necessitamos do sofrimento, quando chegamos à conclusão de que o sofrimento já não faz sentido e que somos nós que nos torturamos a nós mesmos e infligimos esse sofrimento a nós mesmos, então aí, esse sofrimento cessa porque descobrimos o ego, conseguimos iluminá-lo com o nosso pensamento em nós mesmos, que é o mesmo que pensar em Deus e quando nos sentimos e nos amamos a nós mesmos, que é o mesmo que amar Deus.
Nós não somos vítimas do mundo que vemos, nem nada ou ninguém nos pode fazer sofrer, porque o sofrimento não existe em nós, porque perfeição e sofrimento são incompatíveis e onde existe algo não pode existir a outra parte.
Ou existe uma coisa ou a outra.
E se não existe uma coisa ou a outra então existe o vazio, e o vazio é sinônimo de paz.
Se existe o amor, o medo não pode existir, se os nossos pensamentos, emoções, sentimentos e ações estão cheios de amor, como pode em nós existir o medo?
O medo é o oposto do amor.
Se todo o nosso corpo e cada segundo do nosso dia estão cheios de amor, como pode existir o ódio ou o medo?
(Um Tratado Completo de Liberdade – Joma Sipe)


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