terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cartas de amor para mim mesmo (última)


XXIII. A morte do nosso corpo

A minha verdadeira forma não é perecível, jamais morrerá.
Nós viveremos para sempre.
Como pode morrer aquele que criou a morte?
Como pode morrer aquele que é a vida?
A morte é uma passagem da nossa forma física para outra forma física ou para qualquer outro estado de evolução em que nós possamos manifestar aquilo que levamos dentro e aquilo que nós verdadeiramente somos: Deus, nós mesmos.
Qualquer forma que nós assumamos será sempre uma manifestação de Deus em nós e seremos sempre a criação.
Como forma que adquirimos neste momento, como seres humanos, temos a possibilidade de demonstrar e aprender na nossa forma humana, como pedra ou vegetal o processo é o mesmo, estamos numa forma física, neste planeta, para aprender e demonstrar o que levamos dentro.
A nossa vida é a demonstração do divino em nós.
A nossa vida é o divino. Nós somos o divino.
Dividimo-nos em vários para nos podermos amar a nós mesmos, para podermos experimentar a criação a que chamamos amor.
Mas isso não é separação porque continuamos a ser nós mesmos, para além do mundo e aparência da forma.
Qualquer que seja a forma que nós experimentemos, seremos sempre nós mesmos, e o objetivo final é nós amarmo-nos a nós mesmos, na forma que possuímos, seja ela qual for.
Nascemos para manifestar o divino em nós.
Nascemos para amar os outros em nós mesmos.
Nascemos para amar os outros neles mesmos.
Nascemos para amar toda a criação, porque fomos nós que tudo criamos.
E toda a criação existe porque nós existimos, porque se nós não existíssemos, nada existiria.
Tudo o que existe é uma manifestação de nós mesmos.
E como esse pensamento é grandioso e inconcebível para o ego limitado.
Nós restringimo-nos e limitamo-nos a nós mesmos quando quisermos ser diferentes, quando usamos o nosso livre arbítrio para sermos diferentes e criamos algo separado de nós, que julgamos ser a nossa verdadeira identidade.
Mas a ilusão acabou.
Neste momento podemos fechar as nossas pálpebras e ser protegidos nas asas Daquele que jamais morre, Daquele que tudo é e por quem e em quem tudo existe e tudo tem o seu descanso.
A nossa forma física pode extinguir-se e irá extinguir-se, porque foi criada com um propósito e pertence ao plano físico, mas nós jamais morreremos ou seremos afetados por isso, por mais vezes que morramos, jamais morreremos e permaneceremos intactos, imperecíveis, invulneráveis, aguardando uma outra forma física, angélica ou uma outra forma qualquer de manifestação de nós mesmos.
Nós somos completamente invulneráveis e nada nos poderá afetar.
Quando dizemos Eu Sou, falamos do nosso interior, da nossa alma e não da nossa forma física, essa é vulnerável.
O que levamos dentro jamais perecerá, porque é feito de matéria invulnerável.
Como pode a mente conceber a idéia do eterno?
O que é ser eterno?
É algo inconcebível para o sistema intelectual.
Ser eterno é ser uno com tudo o que existe.
A morte significa evolução, é a etapa final da evolução e de uma manifestação temporária apenas.
Há sempre morte para o que está vivo, é uma das leis da matéria.
Mas não há morte para aquele que vive, para aquele que é a vida, pois esse é imperecível.
As outras formas físicas podem extinguir-se, mas aquilo, que somos nós mesmos, que existe dentro delas, jamais se extinguirá, porque é imperecível, invulnerável, e sempre estaremos de encontro uns com os outros, porque o que está para além delas e no interior delas somos nós mesmos, e não precisaremos de nos encontrar conosco mesmos, por nós somos tudo e tudo existe em nós.
Todas as coisas físicas podem extinguir-se e desaparecer, e o farão, em seu devido tempo, porque essas sim, tal como a nossa forma física, são perecíveis, mas o que de divino, que somos nós mesmos, que existe por detrás delas, e que é a sua verdadeira realidade, jamais se extinguirá e viverá para sempre, continuará vivo, sempre vivo, porque não existe morte para quem não concebeu a morte e para quem não vive na morte, ela só existe para trocar a forma de manifestação, quando esta já não serve para o fim que foi criada e para quando a aprendizagem tiver sido concluída.
Terminado esse ensinamento e manifestação, através dessa forma, a mesma desaparece para haver lugar a outra e a uma nova forma de manifestação.
E este ciclo repete-se infinitamente, porque não há finito para O Que É Eterno.
(Um Tratado Completo de Liberdade – Joma Sipe)

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