terça-feira, 22 de setembro de 2015

(Inter)ligue-se!


Quaisquer que sejam nossas circunstâncias externas, no fim das contas a felicidade ou infelicidade depende da nossa mente. 
Considere que uma companhia com quem nós ficamos, continuamente, dia e noite, é a nossa mente. Realmente gostaria de viajar com alguém que ficasse reclamando o tempo todo e ficasse dizendo quão inútil tu és, quão sem jeito tu tens, alguém que lhe lembre de todas as coisas horrorosas que já fez? Ainda assim, para muitos de nós, esse é o jeito que vivemos – com esse crítico incansável, difícil de agradar e sempre nos rebaixando que é nossa mente. Ela ignora totalmente as nossas qualidades e é genuinamente uma companhia muito triste
A questão é que quando a nossa mente está cheia de generosidade e pensamentos de bondade, compaixão e contentamento, a mente sente-se bem. Quando a nossa mente está cheia de raiva, irritação, auto-piedade, ganância e apego, a mente sente-se doente. E se nós realmente investigarmos isso, podemos ver que temos a escolha: podemos decidir amplamente que tipo de pensamentos e sentimentos irão ocupar nossa mente. Quando os pensamentos negativos aparecem, podemos reconhecê-los, aceitá-los e deixá-los ir. Podemos escolher não segui-los, o que só colocaria mais lenha na fogueira. E quando pensamentos bons vêm à mente – pensamentos de bondade, cuidado, generosidade e contentamento, e um senso de não segurar mais as coisas tão fortemente, podemos aceitar e encorajar isso, mais e mais. Podemos fazer isso. Somos o guardião do precioso tesouro que é nossa própria mente.
Um coração genuinamente bom é fundamentado no entendimento da situação como ela realmente é. Não é uma questão de sentimentalismo. E um bom coração também não é uma questão de sair por aí num tipo de euforia de falso amor, negando o sofrimento e dizendo que tudo é bênção e alegria. Não é assim. Um coração genuinamente bom é um coração que é aberto e é ávido por compreensão. Ele ouve as tristezas do mundo. A nossa sociedade está errada ao pensar que a felicidade depende da satisfação dos nossos próprios desejos e vontades. Por isso a nossa sociedade está tão miserável. Somos uma sociedade de indivíduos, todos obsessivos com o esforço por nossa própria felicidade. 
Estamos desligados do nosso sentido de interligação com os outros, estamos desligados da realidade. Porque na realidade estamos todos interligados.
(Jetsunma Tenzin Palmo)











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