quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Contando um conto



Onde quer que a verdade fosse, nesse ou naquele vilarejo, logo começavam a hostilizá-la.
As pessoas a perseguiam, desdenhavam dela e lhe faziam toda sorte de desfeitas. Estavam sempre a maldize-la onde quer que ela surgisse.
Solitária, a verdade se sentou no meio-fio e, inconsolável, observou de longe o sucesso que fazia a história.
As pessoas a acolhiam e a apreciavam incondicionalmente, demonstrando gratidão por seus serviços.
Quando a história passou diante da verdade e a viu deprimida, perguntou: Por que está assim?
A verdade respondeu: Porque ninguém gosta de mim! Todos me maltratam e me rejeitam.
A história então reagiu: Claro que não te tratam bem. Ninguém gosta de olhar para a verdade nua!
Então a história deu roupas para a verdade vestir.
E assim história e verdade entraram juntas no vilarejo seguinte. E a população as recebeu com grande alegria e gentileza.
Desde então, nunca mais se viu a verdade viajar sem a companhia de uma história.

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