sábado, 2 de dezembro de 2017

Porque hoje é sábado



Aí...
Acordo hoje.
E você não é mais você!
Uau!
E agora?
Será que você era você
Ou você não é mais agora?
Você que construí
Você que eu quis
Você que eu amei
Você que eu tanto desejei
Cadê?
Existiu?
Você mudou?
Ou eu mudei?
Me apeguei, enraizei, abracei, me adonei, me apropriei, privatizei você!
Uuuiiiiiii que dor!
Logo eu que clamo pela liberdade
Eu...
Que
Não me quero propriedade de ninguém!
Uau!
Um vagão nos trilhos, repleto de passageiros, ou vazio, ou semi cheio, ligado ao trem pode ir a qualquer lugar, de seus trilhos, de seu traçado, de seu largo caminho, de duas linhas paralelas.
E voltar.
Nos mesmos trilhos.
E ainda assim seguir em frente, mesmo que o sentido seja para atrás,
Seja voltar.
Pois então, se você existiu ou não, não sei.
Se existe ou não, também não sei.
Que dói a dor de não mais lhe encontrar, dói.
Que o tempo cure
Que a água limpe
Que o fogo libere
Que a mãe terra sustente
Que o pai céu proteja.
Há muitos caminhos.
Há muito mais que a locomotiva.
A vida é possível para além.

Podemos ser sempre a cor,
O colorido
Na brancura do vagão
Na mesmice
Na monotonia da vida.

(Araci Labiak)

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